Compra de votos em Porto Velho - Um Desafio em período eleitoral
- Carlos Brasil
- 4 de set. de 2024
- 3 min de leitura
"Quando o eleitor aceita vender seu voto, ele abdica de sua capacidade de influenciar positivamente a administração pública, mantendo a administração presa a um ciclo de corrupção e ineficiência," destaca o especialista.

Porto Velho, RO – Uma pesquisa recente da empresa Ágora revelou que 54% dos eleitores afirmaram ter vivenciado situações de compra de votos nas últimas eleições municipais. O levantamento, que ouviu 2.026 eleitores com idades entre 16 e 75 anos de diferentes regiões revela a gravidade desse problema e a necessidade urgente de ações eficazes para combater essa conduta ilegal.

Histórico de Irregularidades em Porto Velho
Porto Velho tem uma longa história de irregularidades eleitorais, sendo a compra de votos uma prática comum durante as campanhas municipais, especialmente nas áreas mais vulneráveis da cidade. Candidatos frequentemente oferecem dinheiro, cestas básicas, materiais de construção e até promessas de emprego em troca de votos, perpetuando um ciclo de dependência e subserviência política.
Carlos Eduardo Brasil, especialista MBA - Master Business Administration em Gestão de Instituições Públicas, observa que essa prática cria um ambiente onde o voto perde seu valor como instrumento de mudança social. "Quando o eleitor aceita vender seu voto, ele abdica de sua capacidade de influenciar positivamente a administração pública, mantendo a população presa a um ciclo de corrupção e ineficiência," destaca o especialista.

Câmara dos vereadores da cidade de Porto Velho-RO
Ação da Justiça Eleitoral e Necessidade de Campanhas Mais Enfáticas
Para combater essa prática, o Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia (TRE-RO) tem intensificado suas ações em Porto Velho. O uso do aplicativo Pardal permite que os eleitores denunciem anonimamente qualquer tentativa de compra de votos, enquanto o TRE-RO realiza campanhas de conscientização alertando a população sobre as consequências legais dessa prática.
Carlos Eduardo Brasil, no entanto, acredita que essas campanhas precisam ser ainda mais assertivas e bem direcionadas. "A Justiça Eleitoral deveria adotar uma abordagem mais firme, principalmente nesta época de campanha, em bairros mais vulneráveis de Porto Velho, onde essa prática é mais comum. A necessidade da criação de programas como 'DIGA NÃO À COMPRA DE VOTOS, DENUNCIE!' precisariam ser amplamente divulgados e explicados aos cidadãos conscientizando-os sobre sua responsabilidade pessoal e os efeitos que essa conduta possa causar em prejuízo a sua família, reforçando para os eleitores que o voto é uma ferramenta poderosa de renovação democrática e melhoria social," sugere Brasil.
Ele também reforça que campanhas educativas eficazes podem ajudar a mudar a mentalidade do eleitor, levando-o a compreender o valor de seu voto e a importância de utilizá-lo de forma consciente e livre de influências ilícitas.
O Futuro das Eleições em Porto Velho
O grande desafio para as próximas eleições municipais em Porto Velho será garantir que a prática de compra de votos seja finalmente erradicada. Isso exigirá uma ação firme da Justiça Eleitoral e um esforço conjunto da sociedade civil para educar e conscientizar os eleitores sobre o poder que eles têm nas mãos. "Porto Velho só avançará quando seus cidadãos entenderem que seu voto não tem preço, mas sim um valor incalculável para o futuro da cidade," finaliza Carlos Eduardo Brasil.

Denuncie!
O TRE-RO continua a incentivar a denúncia de compra de votos em Porto Velho por meio do aplicativo Pardal, garantindo o anonimato dos denunciantes. A participação ativa da população é essencial para assegurar a transparência e a justiça nas eleições.
Fontes:
Pesquisa da Ágora Pesquisa
Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia (TRE-RO)
Entrevista com Carlos Eduardo Brasil, especialista em Gestão Pública com MBA.

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